Professor (a):Marcio Kalikrates
Turma: 2ª série A
Disciplina: Geografia
Canal de resposta: kalikrates@prof.educacao.sp.gov.br
Prazo de envio: 15 dias
Período de envio: de 26 a 29/05/29
Material utilizado:
Livro de
pesquisa, canal YOU TUBE – (Link: acompanhar no blog o indicado)
Filmes,
revistas
Tarefa: 1
Com base no texto, faça
uma leitura e escreva seu entendimento, destacando as características que você acreditar ser importante no seu
conhecimento comparando a região que você mora, a missão é de esgatar o conceito de
paisagem em geografia física e seu significado metodológico ao estudo integrado.
Orientações:
Texto norteador: Geomorfologia e paisagem
Geomorfologia e o estudo da paisagem
O conceito científico de paisagem “abrange uma realidade que
reflete as profundas relações, freqüentemente não visíveis, entre seus
elementos” (Tricart, 1978), diferindo da noção de paisagem no senso comum, que
permanece puramente descritiva e vaga, referindo-se a conteúdo emotivo,
estético, intrinsecamente subjetivo ao próprio fato. O conceito proposto por
Deffontaine (1973) reforça essa abrangência, ultrapassando o suposto limite da
aparência, assim definindo: “a paisagem é uma porção do espaço perceptível a um
observador onde se inscreve uma combinação de fatos visíveis e de ações das
quais, num dado momento, só percebemos o resultado global”. Para este autor, o
estudo da paisagem, fisionômica e qualitativa, é o ponto de partida para a
análise dos fatos numa perspectiva sistêmica, assimilando-a a uma “unidade
territorial”. Troll (1950) sintetiza a paisagem como uma combinação dinâmica
dos elementos físicos e humanos, conferindo ao território uma fisionomia
própria, com habitual repetição de determinados traços.
Enquanto na língua inglesa o termo paisagem ( Landscape) não tem
significado científico particular, em alemão, ao contrário, Landschaft é um termo
erudito utilizado principalmente pelos geógrafos (Tricart, 1978).
O conceito de paisagem ( Landschaft
) surge na segunda metade do Século XIX com os geógrafos físicos
alemães, na mesma época em que
W.M .Davis publicava os principais elementos de sua teoria. A
partir do século XX o termo passa a ser utilizado de forma corriqueira entre os
geógrafos alemães para designar aspectos concretos da realidade geográfica.
Dentre os precursores dos estudos integrados da paisagem
destacam-se Passarge (1912, 1922), que utilizou pela primeira vez o conceito de
“fisiologia da paisagem”; Tüxen (1931, 1932), que se apropriou de uma abordagem
geossistêmica no estudo de paisagem, até então não incorporada a essa noção;
Büdell (1948, 1963), que através das relações climatogenéticas consolidou os
estudos de geoecologia e ordenação ambiental do espaço; Kalesnik (1958), que
propôs metodologia para o estudo integrado da Landschaft- esfera (integridade da Landschaft- esfera,
processos circulares da matéria, transformações rítmicas, zonalidade e
continuidade da evolução), além de outros.
A discussão entre paisagem e ecologia estimulada por Tricart
(1979) resgata o trabalho de Deffontaine (1973) que se manifesta numa abordagem
sistêmica. Para o autor, paisagem e ecossistema, tratam de “naturezas”
diferentes1 : “paisagem é originalmente um ser lógico
espacial, concreto; apenas tardiamente ela adquiriu a dimensão lógica de um
sistema”. Ao contrário, o ecossistema é, desde seu nascimento, um componente
lógico, caracterizado por uma estrutura de sistema, que por não ter dimensão e
não ser espacializado, não é concretamente materializável.
A “ecologia da paisagem” surge com Neef (1967) na Sociedade
Geográfica da República Democrática Alemã, dando ênfase aos estudos
biogeográficos. “O estudo prossegue segundo uma pesquisa de caráter ecológico,
que é ao mesmo tempo um estudo de dinâmica das paisagens, no sentido em que
visa determinar o funcionamento do ecossistema, como fazem tradicionalmente os
ecologistas, mas localizando cuidadosamente sobre o transeto, portanto sobre o
espaço, todos os fluxos encontrados e a localização dos estoques de elementos
estudados” (Tricart, 1979). Nessa linhagem destaca-se o trabalho de G. Bertrand
(1975), apoiado na teoria biorresistásica de H. Erhart (1956). Bertrand (1968,
p. 249) entende que “o conceito de ‘paisagem' ficou quase estranho à geografia
física moderna e não tem suscitado nenhum estudo adequado”. Alia-se às relações
entre o potencial ecológico, exploração biológica e a ação humana na
caracterização da paisagem global. Como referenciais básicos destacam-se os
trabalhos de Erhart (1956), representados pela teoria biorresistásica e suas
derivações, a exemplo do balanço denudacional de Jahn (1954), ampliado por
Tricart (1957), incorporando o conceito de “balanço morfogenético” que culmina
no estabelecimento dos diferentes “meios”, considerando a dinâmica da paisagem,
como sistema de classificação (Tricart, 1977).
O estudo da paisagem numa abordagem biofísica foi
desenvolvido por Huggett (1995), retomando alguns conceitos desenvolvidos por
Mattson (1938), expresso através de interessante esquema referente à
interpenetração das esferas terrestres ( Fig. 6. 1), utilizando-se de uma
perspectiva sistêmica. O autor preocupa-se com a sistematização das relações
processuais que culminam no conceito de “geoecologia”.
Desde os tempos em que os geógrafos conseguiram explicar a
gênese da paisagem, fizeram dela um domínio especializado (Juillard, 1965).
Contudo, os avanços epistemológicos fundamentados numa perspectiva crítica
valorizaram o conceito de “espaço” em detrimento ao de “paisagem”, partindo do
princípio de que “paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento,
exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre
homem e natureza. Santos (1996, p. 83), ao evidenciar a abrangência do significado
de espaço como objeto de estudo da geografia, em detrimento da noção de
paisagem, enfatiza que “a paisagem é apenas a porção da configuração
territorial que é possível abarcar com a visão”, sendo portanto “um sistema
material e, nessa condição, relativamente imutável; o espaço é um sistema de
valores, que se transforma permanentemente (...) o espaço são essas formas mais
a vida que as anima”.
Avalia-se que os avanços metodológicos proporcionados pelo
conceito de paisagem, registrados ao longo do tempo, possibilitaram a análise
integrada dos componentes biofísicos e socioeconômicos, denominada de
“estruturação da paisagem”, importante instrumental no processo da
compartimentação. O resgate conceitual inserido na noção de estruturação da
paisagem, surgido nos últimos anos, parte do interesse direto da Geografia
Física na busca de alternativas metodológicas. Dentre os estudos referentes à
estruturação da paisagem no Brasil, destacam-se os de Mattos (1959), para a
região da Baixa Mogiana; de Monteiro (1962), para o Baixo São Francisco; de
Abreu (1973), para o Médio Vale do Jaguari-Mirim, dentre outros, que procuram
oferecer subsídios à compartimentação, baseados nas teses oferecidas pela
geomorfologia ou pela climatologia.
Os avanços, embora incipientes, dos estudos de paisagem,
enfrentam a pecha “mecanicista” atribuída pelos epistemologistas críticos.
Bertrand (1968, p. 250), ao refutar as críticas, procura encerrar a discussão
conceituando paisagem como “determinada porção do espaço, o resultado da combinação
dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, bióticos e antrópicos que,
reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da mesma um conjunto único e
indissociável, em perpétua evolução”.
A preocupação com as variáveis que integram a natureza, bem
como com os resultados da apropriação desta pelo homem, tem cada vez mais
merecido atenção dos estudiosos, partindo do princípio de que o ambiente deve
ser entendido na sua integridade. A visão holística da natureza tem sido uma
preocupação histórica, sobretudo entre os biogeógrafos.
Importante iniciativa, como a registrada no Simpósio de Landschaftssynthese ,
organizado por H. Richter & G. Schönfelder, em 1985, na Universität
Halle-Wittenberg, República Democrática Alemã, merece destaque por contribuir
para a retomada do conceito de paisagem. A Landscape
Synthesis tem proporcionado novas discussões, voltadas
principalmente às questões de natureza ambiental. Trabalhos como o de Lopez
& Lopez (1986) sugerem o estudo da functional-morphological2
como fator de compartimentação da paisagem geográfica. Após
apresentarem, de forma rápida, a histórica separação entre processo e forma,
enquanto critério de demarcação da paisagem, consideram a variável “relevo”
como importante subsídio para o estudo da paisagem. Para a individualização da
paisagem ressaltam aspectos da estrutura e composição (energia, matéria, vida,
espaço e tempo), e do funcionamento (leis físico-químicas, atividades das
plantas no meio abiótico, atividades instintivas dos animais e formas de
apropriação pelo homem). Destacam ainda as características intrínsecas dos
elementos da paisagem como componentes da análise: natureza da rocha, clima,
poder orogênico, vida das plantas, dos animais e dos homens, evidenciando os
efeitos antropogênicos nas transformações da natureza, na perspectiva de tempo
histórico. Também Tricart (1979) trata o relevo como um elemento importante da
paisagem. Observa que na América do Sul normalmente os tipos de meio natural
encontram-se associados à noção de relevo e vegetação, e em torno desses dois
elementos nodais, uma série de implicações são dirigidas ao clima, aos solos e
à inserção do homem no meio ambiente.
O conceito de paisagem, como fator de integração de
parâmetros físicos, bióticos e socioeconômicos, tem sido utilizado em estudos
de impactos ambientais em diferentes empreendimentos, com importantes
resultados, o que leva necessariamente ao reconhecimento da vulnerabilidade e potencialidade
da natureza, segundo os diferentes táxons. Busca-se portanto, a compreensão
integrada dos componentes da análise. O conceito de “vulnerabilidade” volta-se
aos fatores de natureza física e biótica, considerando a suscetibilidade dos
referidos parâmetros em função do uso e ocupação, enquanto o de
“potencialidade”, na perspectiva de Becker & Egler (1997), refere-se às
condições de desenvolvimento humano em suas diferentes dimensões (potencial
natural, potencial humano, potencial produtivo e potencial institucional).
Com base no tratamento dado por diversos autores para o
problema, a partir da integração das informações produzidas, procura-se
apresentar uma síntese da estruturação da paisagem, utilizando-se do conceito
de Dollfus (1972), sintetizando o número de arranjo entre as variáveis naturais
(físicas e bióticas) e as alterações humanas. Com o objetivo de se promover a
integração prevista, subsidiada pelos compartimentos geomorfológicos, busca-se
a compreensão da paisagem em sua integridade.
Como forma de se ressaltar o significado do relevo na
abordagem do estudo da paisagem serão analisadas as variáveis que refletem
diretamente nas relações socioeconômicas, considerando a vulnerabilidade dos
componentes temáticos, físico e biótico, para em seguida integrá-los na
perspectiva de Schmithüsen (1970), segundo a qual “se quisermos compreender a
ação do homem, não devemos separar a sociedade do meio ambiente que o rodeia”.
Observações:
Fique atento aos conteúdos, retorne
duvidas de aprendizagem, através de relatório de estudo pode colocar fotos e
imagens que demonstre seu entendimento, assim como você fazer um vídeo de 8 as
10 minutos contendo conhecimento como tele jornal.
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