Professora
Dra:
Ariella
Turmas: 2ª C, D e E
Disciplina:
SOCIOLOGIA
Canal
de resposta:
ariellaaraujo@professor.educacao.sp.gov.br
Período
de envio: até 11/06/2010
Plantão
de dúvidas
2C:
Quinta-feira das 21h30 às22h15
2D:
Sexta feira 19h45 às 20h30
2E:
Quinta-feira das 19h00 às 19h45
Material
utilizado
Caderno
do Aluno São Paulo Faz Escola, volume 1,
tópicos referentes à Sociologia; Vídeos do Youtube,Textos e box-resumo
aqui anexado
Tarefa
1
Lero
material anexado sobre a discussão do Estrangeiro levando ainda em
consideração as contribuições de Georg Simmel acerca do estranhamento e dos conflitos
provocados com a chegadados imigrantes..
Objetivo
Refletir
sobre as causas da mobilidade espacial (migração).
Habilidades
Desenvolver
a habilidade de leitura, interpretação e produção de textos contínuos.
Orientações
1)
Assistir os seguintes vídeos para apoio
2)
Responder as seguintes as questões antes
de ler os textos:
a)
Na sua concepção, por que as pessoas
migram?
b)
Por que
elas saem de seus países, Estados ou cidades, para ir morar em outro
lugar?
c)
Qual o motivo dos imigrantes (consultar
o box-resumo sobre correntes migratórias) terem escolhido o Brasil?
d)
Por que vocês acham que ocorre a
migração interna e por que muitos escolheram o Estado de São Paulo para fixar
residência?
3)
Após a leitura dos textos
e análise das imagens/cânticos, responder:
a)
De acordo com os textos de Herbert
Klein, quais foram os motivos para as pessoas migrarem para a América? Quais
são os fatores de expulsão que ele menciona? Descreva
b)
Herbert Klein menciona também fatores de
atração do deslocamento dos imigrantes para a América. Os cânticos aqui
anexados e o texto 2 de Zuleika Alvim retratam alguns desses fatores. Quais são
eles e que relação você consegue estabelecer entre eles?
c)
Você mudou sua visão/opinião depois da
leitura dos textos/cânticos?
Observações:
Fiquem
atentos aos prazos de envio e ao plantão de dúvidas. As atividades são
utilizadas para controle de frequência, ou seja, para não ficarem com faltas,
enviem as atividades. Coloquem no assunto do e-mail Atividade 4, Nome
e Série para que seja rapidamente identificada. Caso não tenham computador
em casa serão aceitas as atividades feitas no caderno/da apostila por meio de
fotos
Texto
1:
“Por que as pessoas migram? Eis uma pergunta
tradicional que nunca recebeu uma resposta completa, mas que deu ensejo a
muitas publicações e debates. A questão básica envolve o peso dos fatores de
expulsão ou de atração e a maneira como se equilibram. Para começar, deve-se
dizer que a maioria dos migrantes não deseja abandonar suas casas nem suas
comunidades. Se pudessem escolher, todos – com exceção dos poucos que anseiam
por mudanças e aventuras – permaneceriam em seus locais de origem. A migração,
portanto, não começa até que as pessoas descobrem que não conseguirão
sobreviver com seus meios tradicionais em suas comunidades de origem. Na grande
maioria dos casos, não logram permanecer no local porque não têm como
alimentar-se nem a si próprias nem a seus filhos. Num número menor de casos,
dá-se a migração ou porque as pessoas são perseguidas por sua nacionalidade –
como as minorias dentro de uma cultura nacional maior – ou seu credo religioso
minoritário (dos judeus aos menonitas e aos dissidentes da Igreja russa
ortodoxa) é atacado pelo grupo religioso dominante. Uma vez que as condições
econômicas constituem o fator de expulsão mais importante, é essencial saber
por que mudam as condições e quais são os fatores responsáveis pelo agravamento
da situação crítica que afeta a capacidade potencial dos emigrantes de
enfrentá-la. Nessa fórmula, três fatores são dominantes: o primeiro é o acesso
à terra e, portanto, ao alimento; o segundo, a variação da produtividade da
terra; e o terceiro, o número de membros da família que precisam ser mantidos.
Na primeira categoria estão as questões que envolvem a mudança dos direitos
sobre a terra, suscitada via de regra pela variação da produtividade das
colheitas, causada, por sua vez, pela modernização agrícola em resposta ao
crescimento populacional. Nas grandes migrações dos séculos XIX e XX – época em
que chegaram à América mais de dois terços dos migrantes–, o que de fato
contava era uma combinação desses três fatores”.
(Fonte:
KLEIN, Herbert S. Migração internacional na história
das Américas. In: FAUSTO, Boris (Org.). Fazer a América: a imigração em
massa para a América Latina. São Paulo: Edusp, 2000. p. 1314)
“Vamos para a América
Naquele belo Brasil
Aqui ficam os nossos
ricos senhores
A trabalhar a terra com a enxada [...].”
(Fonte: La Grande Emigrazione,
de Emilio Franzina. Veneza: Marsílio Editori, 1976. p. 204)
Musica alemã
“O carro já está em frente à porta,
Partimos com a mulher e filharada,
Emigramos para a terra prometida,
Ali se encontra ouro como areia.
Logo, logo estaremos no Brasil.”
(Fonte: O imigrante alemão, de
Carlos Fouquet. São Paulo: Instituto Hans Staden, 1974. p. 82)
Texto
2:
“Esse
era o imaginário a respeito da América que prevalecia na Europa desde o século
XVI e que, a partir de meados do século XIX, serviu de atrativo para grande
parcela da população camponesa de vários países europeus. É preciso, contudo,
entender as condições de vida dessa população em um continente que passava por
muitas transformações decorrentes da transição da economia feudal para a
economia capitalista, e do desenvolvimento da industrialização. Segundo Zuleika
Alvimem linhas gerais, podemos apontar os seguintes fatores para esse processo
histórico:
1. Concentração da terra nas mãos de poucos proprietários,
expulsando os trabalhadores rurais do campo;
2. Endividamento dos pequenos proprietários rurais devido
às altas taxas de impostos sobre a propriedade, o que levava à solicitação de
empréstimos;
3. Dificuldade do pequeno proprietário de enfrentar a
concorrência da oferta de produtos a preços inferiores por parte dos grandes
proprietários;
4. Grande concentração dessa população expulsa do campo nas
cidades, criando uma reserva de mão de obra para a indústria nascente;
5. Impossibilidade de absorção, sobretudo na Itália e na
Alemanha, de todos esses trabalhadores pela indústria;
6. Acentuado crescimento demográfico, com a população
europeia aumentando duas vezes e meia;
7. desenvolvimento tecnológico, com a máquina substituindo o
trabalho do homem.
Entretanto, o
sonho de “fazer a América” não era tão facilmente realizado. A vida desses
imigrantes foi marcada, especialmente no início, por muito trabalho,
dificuldades de adaptação à língua, costumes e hábitos diferentes. E, além do
preconceito que sofriam no país de origem, foram vítimas de preconceito no
Brasil, reproduzindo aqui as visões negativas que opunham alemães do norte ao
sul, italianos setentrionais a italianos meridionais, alemães a poloneses,
italianos a japoneses”
(Fonte, ALVIM, Z,
1998, Imigrantes: a vida privada dos pobres do campo. In: NOVAIS, Fernando A.
(Org.). História da vida privada no Brasil – República: da Belle Époque à Era
do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 219-220]. Adaptado pelo São
Paulo faz escola.
Box-Resumo: Principais correntes Migratórias para o Brasil
desde 1500.
Estima-se que o Brasil recebeu algo em
torno de 6 milhões (4 milhões deles seriam, mais ou menos, africanos forçados a
migrar por causa da escravidão) de imigrantes desde 1500. O fenômeno da imigração no Brasil desde então
é analisado sob a perspectiva das correntes migratórias que se desenvolveram em
divisões regionais:
Região Norte: com
predomínio de imigrantes portugueses, recebeu no início do século XX japoneses (plantações de chá e
juta)e sírio-libaneses (trabalharam no comércio).
Região Nordeste: predomínio de imigrantes portugueses e africanos. Em alguns
momentos receberam holandeses e franceses devido às invasões e isso modificou o
panorama da população local, mesmo as intenções não fossem as mesmas das
colonizações italiana e alemã em outras regiões.
Região Centro-Oeste: predomínio de imigrantes portugueses.
Região Sudeste:
predomínio de imigrantes portugueses e africanos. Nos estados do Rio de Janeiro
e do Espírito Santo, também apareceram os imigrantes suíço-alemães, que
chegaram ao Brasil na primeira metade do século XIX, na primeira experiência do
governo brasileiro para atração de imigrantes.No estado de São Paulo, merece
destaque a grande imigração italiana iniciada a partir da segunda metade do
século XIX. Com a transformação do trabalho escravo em trabalho assalariado, o
governo do estado de SP ofereceu incentivos para a entrada de imigrantes
italianos. Nesse período, a Itália atravessava um processo de reorganização
política, marcado por uma guerra que opunha o norte e o sul do país. A maior
parte dos imigrantes italianos pioneiros era proveniente do sul da Itália, área
menos desenvolvida do país até os dias atuais.A imigração italiana continuou
até o período correspondente à 2ª Guerra Mundial (1939-1945), quando as
imigrações foram restritas em virtude de o Brasil assumir uma posição geopolítica
de guerra ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão).Ao final do século XIX, a
imigração de espanhóis também foi determinante para São Paulo. Após o declínio
da imigração italiana, no início do século XX, boa parte da mão de obra
espanhola dirigiu-se para as fazendas de café.Outra corrente migratória
relevante para a constituição da população de São Paulo foi a de japoneses, que
chegaram ao estado por volta de 1908, em função da política migratória imposta
pela Era Meiji, no Japão, que incentivava as migrações em virtude da grande
concentração populacional do país e a escassez de terras agrícolas. As áreas
que receberam esses imigrantes foram o Vale do Ribeira, ao sul de São Paulo, e
algumas cidades do oeste paulista. Suas atividades econômicas eram de cunho agrícola,
principalmente as produções de chá e arroz. Pelo mesmo motivo geopolítico, a
entrada de japoneses foi limitada durante o período correspondente à 2ª Guerra
Mundial.Ainda destacam-se os imigrantes árabes, que se instalaram
principalmente na cidade de São Paulo e iniciaram atividades voltadas ao
comércio e serviços. Ao longo do século XX, principalmente a partir das décadas
de 1980 e 1990, outros povos começaram a migrar para o estado de São Paulo,
como coreanos, chineses e bolivianos, que ainda não alcançaram o mesmo patamar
que as correntes anteriores. Nos últimos anos, ocorreu a chegada de imigrantes
do continente africano, como nigerianos e angolanos, assim como haitianos.
Região Sul: em razão de motivos estratégicos relacionados à
ocupação de fronteiras pela presença de agricultura familiar, praticada em
pequenas propriedades, houve o predomínio de correntes europeias diversas,
podendo ser mais bem compreendidas de acordo com o estado:
Paraná - Na porção noroeste, presença
de japoneses. No restante do estado, presença de italianos, alemães e eslavos
(ucranianos, poloneses, russos), principalmente na região de Curitiba.
Santa Catarina - ocorreu forte
imigração de alemães, que se dedicaram principalmente a atividades agrícolas,
com destaque para cidades como Joinville, Blumenau, Brusque e Itajaí e para os
imigrantes italianos, que também se dedicaram a atividades agrícolas, com
destaque para as cidades de Criciúma e Urussanga.
Rio Grande do Sul - predomínio de
imigrantes alemães, como nas atuais cidades de São Leopoldo, Santa Maria e Novo
Hamburgo, e principalmente italianos, como nas atuais cidades de Caxias,
Garibaldi e Bento Gonçalves. Os imigrantes dedicaram-se à agricultura e,
posteriormente, às atividades industriais.
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