sexta-feira, 29 de maio de 2020

ATIVIDADE 4 - 2ª C, D e E - PROFª ARIELLA


Professora Dra: Ariella
Turmas: 2ª C, D e E
Disciplina: SOCIOLOGIA
Canal de resposta: ariellaaraujo@professor.educacao.sp.gov.br
Período de envio: até 11/06/2010

Plantão de dúvidas
2C: Quinta-feira das 21h30 às22h15
2D: Sexta feira 19h45 às 20h30
2E: Quinta-feira das 19h00 às 19h45

Material utilizado
Caderno do Aluno São Paulo Faz Escola, volume 1,  tópicos referentes à Sociologia; Vídeos do Youtube,Textos e box-resumo aqui anexado

Tarefa 1
Lero material anexado sobre a discussão do Estrangeiro levando ainda em consideração as contribuições de Georg Simmel acerca do estranhamento e dos conflitos provocados com a chegadados imigrantes..


Objetivo
Refletir sobre as causas da mobilidade espacial (migração).

Habilidades
Desenvolver a habilidade de leitura, interpretação e produção de textos contínuos.

Orientações

1)      Assistir os seguintes vídeos para apoio


2)      Responder as seguintes as questões antes de ler os textos:

a)      Na sua concepção, por que as pessoas migram?
b)      Por que  elas saem de seus países, Estados ou cidades, para ir morar em outro lugar?
c)      Qual o motivo dos imigrantes (consultar o box-resumo sobre correntes migratórias) terem escolhido o Brasil?
d)     Por que vocês acham que ocorre a migração interna e por que muitos escolheram o Estado de São Paulo para fixar residência?

3)      Após a leitura dos textos e análise das imagens/cânticos, responder:
a)      De acordo com os textos de Herbert Klein, quais foram os motivos para as pessoas migrarem para a América? Quais são os fatores de expulsão que ele menciona? Descreva
b)      Herbert Klein menciona também fatores de atração do deslocamento dos imigrantes para a América. Os cânticos aqui anexados e o texto 2 de Zuleika Alvim retratam alguns desses fatores. Quais são eles e que relação você consegue estabelecer entre eles?
c)      Você mudou sua visão/opinião depois da leitura dos textos/cânticos?


Observações:

Fiquem atentos aos prazos de envio e ao plantão de dúvidas. As atividades são utilizadas para controle de frequência, ou seja, para não ficarem com faltas, enviem as atividades. Coloquem no assunto do e-mail Atividade 4, Nome e Série para que seja rapidamente identificada. Caso não tenham computador em casa serão aceitas as atividades feitas no caderno/da apostila por meio de fotos

Texto 1:

Por que as pessoas migram? Eis uma pergunta tradicional que nunca recebeu uma resposta completa, mas que deu ensejo a muitas publicações e debates. A questão básica envolve o peso dos fatores de expulsão ou de atração e a maneira como se equilibram. Para começar, deve-se dizer que a maioria dos migrantes não deseja abandonar suas casas nem suas comunidades. Se pudessem escolher, todos – com exceção dos poucos que anseiam por mudanças e aventuras – permaneceriam em seus locais de origem. A migração, portanto, não começa até que as pessoas descobrem que não conseguirão sobreviver com seus meios tradicionais em suas comunidades de origem. Na grande maioria dos casos, não logram permanecer no local porque não têm como alimentar-se nem a si próprias nem a seus filhos. Num número menor de casos, dá-se a migração ou porque as pessoas são perseguidas por sua nacionalidade – como as minorias dentro de uma cultura nacional maior – ou seu credo religioso minoritário (dos judeus aos menonitas e aos dissidentes da Igreja russa ortodoxa) é atacado pelo grupo religioso dominante. Uma vez que as condições econômicas constituem o fator de expulsão mais importante, é essencial saber por que mudam as condições e quais são os fatores responsáveis pelo agravamento da situação crítica que afeta a capacidade potencial dos emigrantes de enfrentá-la. Nessa fórmula, três fatores são dominantes: o primeiro é o acesso à terra e, portanto, ao alimento; o segundo, a variação da produtividade da terra; e o terceiro, o número de membros da família que precisam ser mantidos. Na primeira categoria estão as questões que envolvem a mudança dos direitos sobre a terra, suscitada via de regra pela variação da produtividade das colheitas, causada, por sua vez, pela modernização agrícola em resposta ao crescimento populacional. Nas grandes migrações dos séculos XIX e XX – época em que chegaram à América mais de dois terços dos migrantes–, o que de fato contava era uma combinação desses três fatores”.
(Fonte: KLEIN, Herbert S. Migração internacional na história das Américas. In: FAUSTO, Boris (Org.). Fazer a América:  a imigração em massa para a América Latina. São Paulo: Edusp, 2000. p. 1314)


                                                        
                                                          Música italiana


“Vamos para a América
Naquele belo Brasil
Aqui ficam  os nossos ricos senhores
A trabalhar a terra com a enxada [...].”
(Fonte: La Grande Emigrazione, de Emilio Franzina. Veneza: Marsílio Editori, 1976. p. 204)



Musica alemã

“O carro já está em frente à porta,
Partimos com a mulher e filharada,
Emigramos para a terra prometida,
Ali se encontra ouro como areia.
Logo, logo estaremos no Brasil.”
(Fonte: O imigrante alemão, de Carlos Fouquet. São Paulo: Instituto Hans Staden, 1974. p. 82)


Texto 2:

“Esse era o imaginário a respeito da América que prevalecia na Europa desde o século XVI e que, a partir de meados do século XIX, serviu de atrativo para grande parcela da população camponesa de vários países europeus. É preciso, contudo, entender as condições de vida dessa população em um continente que passava por muitas transformações decorrentes da transição da economia feudal para a economia capitalista, e do desenvolvimento da industrialização. Segundo Zuleika Alvimem linhas gerais, podemos apontar os seguintes fatores para esse processo histórico:

1.      Concentração da terra nas mãos de poucos proprietários, expulsando os trabalhadores rurais do campo;
2.       Endividamento dos pequenos proprietários rurais devido às altas taxas de impostos sobre a propriedade, o que levava à solicitação de empréstimos;
3.      Dificuldade do pequeno proprietário de enfrentar a concorrência da oferta de produtos a preços inferiores por parte dos grandes proprietários;
4.      Grande concentração dessa população expulsa do campo nas cidades, criando uma reserva de mão de obra para a indústria nascente;
5.      Impossibilidade de absorção, sobretudo na Itália e na Alemanha, de todos esses trabalhadores pela indústria;
6.       Acentuado crescimento demográfico, com a população europeia aumentando duas vezes e meia;
7.      desenvolvimento tecnológico, com a máquina substituindo o trabalho do homem.

Entretanto, o sonho de “fazer a América” não era tão facilmente realizado. A vida desses imigrantes foi marcada, especialmente no início, por muito trabalho, dificuldades de adaptação à língua, costumes e hábitos diferentes. E, além do preconceito que sofriam no país de origem, foram vítimas de preconceito no Brasil, reproduzindo aqui as visões negativas que opunham alemães do norte ao sul, italianos setentrionais a italianos meridionais, alemães a poloneses, italianos a japoneses”

(Fonte, ALVIM, Z, 1998, Imigrantes: a vida privada dos pobres do campo. In: NOVAIS, Fernando A. (Org.). História da vida privada no Brasil – República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 219-220]. Adaptado pelo São Paulo faz escola.


Box-Resumo: Principais correntes Migratórias para o Brasil desde 1500.

Estima-se que o Brasil recebeu algo em torno de 6 milhões (4 milhões deles seriam, mais ou menos, africanos forçados a migrar por causa da escravidão) de imigrantes desde 1500.  O fenômeno da imigração no Brasil desde então é analisado sob a perspectiva das correntes migratórias que se desenvolveram em divisões regionais:
Região Norte: com predomínio de imigrantes portugueses, recebeu no início  do século XX japoneses (plantações de chá e juta)e sírio-libaneses (trabalharam no comércio).

Região Nordeste: predomínio de imigrantes portugueses e africanos. Em alguns momentos receberam holandeses e franceses devido às invasões e isso modificou o panorama da população local, mesmo as intenções não fossem as mesmas das colonizações italiana e alemã em outras regiões.

Região Centro-Oeste: predomínio de imigrantes portugueses.

Região Sudeste: predomínio de imigrantes portugueses e africanos. Nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, também apareceram os imigrantes suíço-alemães, que chegaram ao Brasil na primeira metade do século XIX, na primeira experiência do governo brasileiro para atração de imigrantes.No estado de São Paulo, merece destaque a grande imigração italiana iniciada a partir da segunda metade do século XIX. Com a transformação do trabalho escravo em trabalho assalariado, o governo do estado de SP ofereceu incentivos para a entrada de imigrantes italianos. Nesse período, a Itália atravessava um processo de reorganização política, marcado por uma guerra que opunha o norte e o sul do país. A maior parte dos imigrantes italianos pioneiros era proveniente do sul da Itália, área menos desenvolvida do país até os dias atuais.A imigração italiana continuou até o período correspondente à 2ª Guerra Mundial (1939-1945), quando as imigrações foram restritas em virtude de o Brasil assumir uma posição geopolítica de guerra ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão).Ao final do século XIX, a imigração de espanhóis também foi determinante para São Paulo. Após o declínio da imigração italiana, no início do século XX, boa parte da mão de obra espanhola dirigiu-se para as fazendas de café.Outra corrente migratória relevante para a constituição da população de São Paulo foi a de japoneses, que chegaram ao estado por volta de 1908, em função da política migratória imposta pela Era Meiji, no Japão, que incentivava as migrações em virtude da grande concentração populacional do país e a escassez de terras agrícolas. As áreas que receberam esses imigrantes foram o Vale do Ribeira, ao sul de São Paulo, e algumas cidades do oeste paulista. Suas atividades econômicas eram de cunho agrícola, principalmente as produções de chá e arroz. Pelo mesmo motivo geopolítico, a entrada de japoneses foi limitada durante o período correspondente à 2ª Guerra Mundial.Ainda destacam-se os imigrantes árabes, que se instalaram principalmente na cidade de São Paulo e iniciaram atividades voltadas ao comércio e serviços. Ao longo do século XX, principalmente a partir das décadas de 1980 e 1990, outros povos começaram a migrar para o estado de São Paulo, como coreanos, chineses e bolivianos, que ainda não alcançaram o mesmo patamar que as correntes anteriores. Nos últimos anos, ocorreu a chegada de imigrantes do continente africano, como nigerianos e angolanos, assim como haitianos.

Região Sul: em razão de motivos estratégicos relacionados à ocupação de fronteiras pela presença de agricultura familiar, praticada em pequenas propriedades, houve o predomínio de correntes europeias diversas, podendo ser mais bem compreendidas de acordo com o estado:

Paraná - Na porção noroeste, presença de japoneses. No restante do estado, presença de italianos, alemães e eslavos (ucranianos, poloneses, russos), principalmente na região de Curitiba.
Santa Catarina - ocorreu forte imigração de alemães, que se dedicaram principalmente a atividades agrícolas, com destaque para cidades como Joinville, Blumenau, Brusque e Itajaí e para os imigrantes italianos, que também se dedicaram a atividades agrícolas, com destaque para as cidades de Criciúma e Urussanga.
Rio Grande do Sul - predomínio de imigrantes alemães, como nas atuais cidades de São Leopoldo, Santa Maria e Novo Hamburgo, e principalmente italianos, como nas atuais cidades de Caxias, Garibaldi e Bento Gonçalves. Os imigrantes dedicaram-se à agricultura e, posteriormente, às atividades industriais.

(Fonte: texto adapto de Principais Correntes Migratórias para o Brasil. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/principais-correntes-migratorias-para-brasil.htm).




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